Numa disputa voto a voto, Paulo Câmara conseguiu, já no final da apuração, derrotar novamente Armando no primeiro turno
Foto: Paulo Paiva/DP
Numa apuração tensa, acompanhada voto a voto, só nos momentos finais - após 92,76% das urnas apuradas -, Paulo Câmara ultrapassou a marca dos 50,01% dos votos válidos e assim os integrantes da Frente Popular puderam respirar aliviados. Daí em diante, foi só ampliar a vantagem e repetir o resultado das urnas de 2014, quando o socialista, que nesta vez tem Luciana Santos (PCdoB) como candidata a vice, também derrotou Armando Monteiro (PTB) no primeiro turno. Paulo obteve 1.918,219 votos, o que corresponde a 50,70%, e Armando, 1.361,588, 35,99% dos votos válidos.
Além de garantir sua reeleição, o governador impôs outra derrota à coligação adversária Pernambuco Vai Mudar. O socialista elegeu os dois senadores de sua coligação, o senador Humberto Costa (PT) e o deputado federal Jarbas Vasconcelos (MDB), que deixaram para trás os candidatos de Armando, os deputados federais Mendonça Filho (DEM) e Bruno Araújo (PSDB). Durante toda a campanha, os integrantes da Frente Popular procuraram demarcar o terreno, colocando o rótulo da “turma do Temer” no palanque de Armando. Tanto Bruno, quanto Mendonça atuaram como ministros das Cidades e da Educação, respectivamente, no governo de Michel Temer (MDB).
Durante coletiva à imprensa, o governador agradeceu o empenho da Frente Popular e aos pernambucanos. Também ressaltou o desempenho de João Campos (PSB), eleito deputado federal mais votado do estado, e da delegada Gleide Ângelo, que surpreendeu nas urnas alcançando a maior votação para Assembleia Legislativa na história de Pernambuco. Com expressivas votações, os dois foram os puxadores de votos da coligação.
Paulo Câmara fez um agradecimento especial ao vice-governador Raul Henry e a Jarbas, que, segundo ele, estiveram presentes em todos os momentos do governo, apesar da tentativa do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) de levar o partido para a oposição no estado.
O governador comentou, ainda, sobre a responsabilidade de governar o estado pelos próximos quatro anos, reconhecendo que há muito por fazer pelo estado. “Temos que continuar trabalhando. Tem muita coisa para ser feita por Pernambuco. Estou ciente disso. Sempre falei a verdade de que precisamos melhorar em muitas áreas e vamos fazer. Não faltará trabalho, dedicação, esforço e acima de tudo determinação para fazer um Pernambuco melhor”, afirmou.
O governador disse, ainda, que uma de suas metas para o novo mandato será o de gerar emprego para os trabalhadores. “Temos uma grande responsabilidade nos próximos quatro anos, que é o de devolver aos pernambucanos os empregos que essa crise que atingiu o país tirou”, comentou.
O socialista detalhou algumas das prioridades de seu segundo governo. De acordo com ele, é preciso continuar a fazer o serviço público melhorar e focar nas obras que não foram concluídas por conta da crise. A frase usada por ele frequentemente na campanha de que “não descansaria enquanto não restabelecesse a paz em Pernambuco”, voltou a ser repetida ontem ao abordar a questão do combate à violência. “Os números já mostram (a redução). São dez meses de redução de homicídios, 13 meses de diminuição de roubos e assaltos. Isso é um trabalho que continua e continuará a ser prioridade em nosso governo”, afirmou.
Escalado como um dos coordenadores da campanha do PSB, o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), destacou que, mais uma vez, o povo pernambucano deu a maior expressão da democracia nas urnas. “A expressão maior da democracia é o voto. Mais uma vez, a Frente Popular tem a oportunidade de governar o estado por mais quatro anos. Miguel Arraes, Pelópidas Silveira e Eduardo Campos estão presentes com a gente hoje”.
A campanha continua para tentar eleger Haddad
A partir de hoje, a campanha segue em função do candidato à Presidência da República pelo PT, Fernando Haddad, que enfrentará Jair Bolsonaro (PSL). A Frente Popular promete fortalecer o programa petista de reaquecer a economia e promover o crescimento, além de um movimento paralelo de desconstrução do que a chapa chama de onda fascista e ódio promovida por Bolsonaro. Outro componente a ser trabalhado pela chapa majoritária eleita é a integração efetiva de Jarbas Vasconcelos no processo, já que ele ainda vai decidir a posição que tomará nacionalmente.
O governador reeleito Paulo Câmara já colocou como prioridade a atenção de Jarbas no projeto nacional em torno de Haddad. “O primeiro trabalho será convencer Jarbas a votar em Haddad. Vamos conversar isso com ele, que é um parceiro. É uma pessoa que sempre esteve junto com a gente, desde o primeiro dia do governo e nunca nos faltou. Ele tem responsabilidade com Pernambuco. Isso é um debate importante a ser feito agora no segundo turno. Na terça-feira (amanhã), teremos uma reunião do PSB e estamos confiantes que o partido vai mais uma vez trabalhar em favor do Brasil”, adiantou, pontuando a necessidade de sinalizar que o conjunto está em unidade.
Ainda de acordo com o socialista, Pernambuco mostrou sua preferência no primeiro turno. “A gente tem que intensificar a campanha. Nosso candidato é Haddad. Vamos trabalhar e cobrar que se tenha um debate sobre o Brasil, a federação, os municípios e discutir o que tem que ser feito nos próximos quatro anos”, reforçou. “O Brasil precisa melhorar em vários pontos, principalmente na geração de emprego e renda. Haddad vai mostrar o que pode fazer pelo país”.
De acordo com Humberto Costa, reeleito para o Senado, a mensagem para o pernambucano será em toda a campanha de segundo turno reforçando o protagonismo do estado nos resultados das eleições nacionais. “Pernambuco tomou uma decisão sábia. Elegeu uma chapa consolidada, estratégica e forte para dar ainda mais presença do estado no Congresso. Além disso, assim como assumimos um papel importante na eleição de Dilma há quatro anos, a expectativa é que tenhamos novamente a nossa marca no que sairá de resultado”, destacou. “A mensagem para os pernambucanos, a partir de agora, será essa: a de que temos um concorrente que ultrapassa os limites do debate democrático e lembrar que Pernambuco sempre foi mais feliz quando teve um governador do PSB, Eduardo Campos, em conjunto com um presidente do PT, de Lula e Dilma. Queremos retomar essas parcerias”.
A vice-governadora eleita, Luciana Santos, complementou que o princípio da candidatura de Bolsonaro precisa ser desconstruído nessa campanha de segundo turno. Segundo ela, uma candidatura de ódio, fascismo e de um candidato que não tem uma história como parlamentar. “É preciso que se trate a realidade como é de fato. São dois candidatos: um que quer unificar e democratizar o desenvolvimento e outro que é contra minorias, que recrimina mulheres, negros, gays, nordestinos, entre outros. Isso precisa ficar ainda mais claro para as pessoas”, destacou.
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